terça-feira, 28 de julho de 2015

CIDADES ENCANTADAS

Toda cidade é encantada. Vamos dar uma voltinha por elas, qualquer uma, e ver o que de encanto elas têm. Foquemos agora, no encanto das águas, da minha ou da sua cidade. Belezas exuberantes nós veremos em outras cidades. Foz do Iguaçu com as Cataratas, Prudentópolis com suas belas quedas e, nossas cidades litorâneas com suas praias e, tantas outras, que cada um saberia com certeza, agora citar.
            Mas vamos focar na cidade em que estamos. Há também o encanto, basta olhar e vislumbrar. Os rios, talvez não mais tão belos, mas aqui ou lá, eles estão. Nosso descaso tem tirado o brilho e a beleza dos rios e dos córregos? É hora de pensarmos então. Podemos reverter isso, quem sabe?
            Quantas nascentes estão perto de nós? Todas com suas belezas e missões, formar os rios e brotar da terra sua seiva vital, a água. Delas brotam também, tímida e humildemente pequenos córregos, que igualmente humildes, formarão os mais majestosos e imponentes rios, e que muitas vezes, não nos damos conta disto. Mas, perto elas estão, as nascentes, que por mais singelas que sejam, são tão importantes quanto os grandes rios. Sua humildade não as deixa transparecer a força que têm.
            Das pequenas nascentes nasce tudo, a água, a vida e a esperança. Danificá-las, é dar um golpe em nós mesmos e nos próximos que estão por vir.  Respeitá-las, é termos o discernimento do quão pequeno somos diante delas e da água, presente divino que delas brota, derramando por todo o planeta o bem que permite que possamos denominá-lo, planeta água.
            Já parou diante de uma nascente para ver o espetáculo do brotar das águas? Faça isso e perceberá que está diante de um verdadeiro milagre, o milagre da vida que jamais seria possível sem o líquido que dali brota.
            A água purifica, acalma e nos faz vivos. Não há como não se emocionar diante da sua imensa força e do seu poder.
Parar então, diante do mar para ouvi-lo e senti-lo, nos faz pensar, refletir. Não há quem não se sinta um grão de areia diante de tamanho espetáculo.
            Respeitar a água é importante, mas, proteger suas nascentes, é vital.


Leandro Ditzel
Membro da Academia de Letras, Artes e 
Ciências do Centro Sul do Paraná - ALACS

segunda-feira, 11 de maio de 2015

QUEREMOS SER RESPEITADOS COMO NAÇÃO?

Sermos respeitados por outros países depende de uma série e fatores. Economia, educação de um povo, corrupção entre tantos outros fatores que mostram ao mundo quem somos. Um destes, que ainda nos deixa aquém dos países de primeiro mundo, está no fato de que boa parte dos brasileiros não está nem aí com a limpeza do chão onde pisa, e isso, é facilmente notado pelos estrangeiros que vêm para cá. Vamos analisar, por exemplo, a cidade onde moramos, que é uma amostra do que vemos pelo país, claro que com suas diferenças regionais que a difere de outras cidades do Brasil, mas que não deixa de ser uma amostra da realidade nacional.
Não é difícil constatar que lixos são espalhados por toda a cidade. É possível encontrar material de todo jeito. Reciclável, orgânico e até mesmo o que é lixo de fato, como papel higiênico e até fraldas descartáveis que são deixados pelas ruas, calçadas e praças.
            Não quero aqui apontar este ou aquele culpado por jogar lixo pela cidade ou pela falta de zelo pelo que é de todos, mas colocar aqui, que todos nós somos responsáveis pela limpeza e sua conservação, sejamos nós, cidadãos ou gestores públicos, estes últimos, os responsáveis legais por manter a cidade limpa através dos impostos que pagamos.
            É muito cômodo para alguns, pensarem que, quando se joga um pacote de salgadinho, um copo de iogurte ou uma lata de refrigerante em vias públicas, imediatamente está resolvendo o seu problema e livrando-se do “lixo” que produziu. Penso que eu e você, que temos acesso à informação, não fazemos parte dessa parcela de pessoas que poluem as ruas de nossa cidade com aquilo que deveria parar na lixeira, mas, infelizmente já nos deparamos com pessoas que fazem isso, e sem a menor cerimônia.
            Ou estas pessoas não se dão conta, ou não dão a mínima para os problemas que irão ocasionar ao meio ambiente e a elas mesmas. Muitas reclamam das enchentes, do poder público que no ponto de vista destas pessoas é o único responsável pelas inundações. Mas será que elas se tocam que o lixo que elas geram e lançam pelas ruas, irá ocasionar os transbordamentos que o lixo dela irá causar?
            Não é raro flagrar cidadãos da cidade jogando pela janela de seus carros, bitucas e carteiras de cigarro, papéis de bala e tantos outros materiais que causarão danos ao meio ambiente e tornam a cidade suja. É tão triste ver uma cena dessas, chegando a ser revoltante quando pessoas que deveriam dar o exemplo de cidadania protagonizam a cena! Acreditem, isso acontece.
Não gostamos que estrangeiros falem mal de nosso país, que digam que somos terceiro mundo, país não civilizado e tantos outros adjetivos pejorativos. Mas o que temos feito para que isso seja diferente e para que vejam nosso país com outros olhos?
Com atitudes desrespeitosas contra nossa própria cidade e país, não estamos nos respeitando. Como então querer que estrangeiros que vêem nossas atitudes e nossos maus hábitos nos respeitem? Nos países europeus, também no Japão, Estados Unidos e Canadá, por exemplo, o civismo começa pelo respeito à pátria e isso inclui o respeito pelo local onde pisam. Temos que mudar nossas atitudes, ou exigirmos que nossos compatriotas mudem as suas se quisermos ser respeitados.
Não há como exigirmos respeito se não respeitarmos a nós mesmos. O chão onde se joga a sujeira do dia a dia é o mesmo chão onde pisamos. Reclamamos de políticos descomprometidos e corruptos, reclamamos da nossa cidade e daqueles que falam mal do país. Que tal invertemos isso, dando o exemplo para que políticos e população comecem a mudar suas condutas?
Se quisermos varrer a corrupção, os maus governantes, os maus exemplos, e sermos respeitados lá fora, comecemos então por limpar e conservar aquilo que está bem debaixo de nossos pés. As cidades e o país agradecem.
                                                                                    
Leandro Ditzel
Membro da Academia de Letras, Artes e
Ciências do Centro-Sul do Paraná - ALACS

Curriculum Lattes
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sábado, 18 de abril de 2015

A CARNE ESTÁ CARA?

Me desculpem os céticos que afirmam que a carne não causa danos ao meio ambiente, mas esse fato é incontestável e o preço que é pago pela carne no supermercado, é muito menor do que deveria ser.
Parece irônico falar isso, mas o fato é que não se contabiliza os reais danos que esse produto ocasiona ao meio ambiente e os prejuízos dessa degradação aos cofres públicos. Não vou aqui nem mencionar com detalhes o sofrimento dos animais que são brutalmente assassinados nos frigoríficos e que, mesmo as pessoas que tem pena dos bichos sendo mortos com grandes doses de dor, comem, por não lembrarem que aquele pedaço de bife em seus pratos, um dia foi um ser que sentia e sofria com as penas a ele impostas.
Qual é o preço dos desmatamentos e das queimadas que dizimam toda uma biodiversidade em troca de lucro, principalmente na região amazônica? E qual o preço que pagaremos por isso em um futuro pouco distante? Tenha a certeza que pagaremos um preço muito mais caro que o preço que se paga hoje pela carne e, sendo assim, a carne que se compra no balcão do açougue está de fato muito barata.
Dentro daquela bandeja com alguns inocentes pedaços de bife, há pedaços de florestas degradadas e sofrimento de um animal.
Muito se argumenta que a carne é necessária e que não se vive sem ela, mas há milhões de pessoas pelo mundo que vivem muito bem sem ela. Outro argumento principalmente do setor da pecuária, é que a carne é a salvação para a fome no mundo, mas, muito pelo contrário, pasmem todos, a carne é uma das maiores responsáveis pela fome no mundo.
Fazendo uma média a despeito da logística da produção de carne, podemos fazer o seguinte raciocínio. Para se produzir um único quilo, são necessários 17 quilos de cereais e, levando-se em conta que carnívoros e vegetarianos comem em média o mesmo peso de alimentos em cada uma de suas refeições, podemos afirmar que, sem a carne, poderíamos alimentar 17 vezes a população mundial. Com essa lógica, utilizando esse mesmo cereal para alimentar a população, poderíamos resolver de uma só vez, três grandes problemas mundiais: a fome, os desmatamentos e as emissões de gazes do efeito estufa. Teríamos um mundo melhor e mais sustentável se a carne não fosse produzida na escala em que se produz hoje.
Outro aspecto a ser colocado é que, todo alimento para ser produzido, utiliza uma quantidade enorme de água. Porém, em tempos de falta de água, desperdiçamos muito desse líquido tão precioso para que o bife chegue à mesa do consumidor. Enquanto para se produzir um quilo de arroz são utilizados 2.500 litros de água, para se produzir um quilo de carne, são necessários em torno de 15.400 litros.
Mas se você leitor, estiver achando muito duras essas minhas colocações, poderei ser mais flexível então, e dizer que, se a população não deixar de comer carne, mas, reduzir pelo menos a metade do que consome hoje, teremos assim mesmo uma melhor distribuição de alimento entre todos os povos, com menos fome, menos desmatamentos e menos poluição da nossa atmosfera.
Além disso, tenhamos a certeza que iremos nos sentir muito bem por reduzirmos o sofrimento de animais, sem contar que teremos uma saúde melhor com uma alimentação mais saudável e isenta de grandes quantidades de gordura.
Da próxima vez que o mocinho da TV aparecer oferecendo o produto, lembremo-nos dos danos ambientais e das pessoas famintas espalhadas pelo mundo. A solução não está longe de nós, ela está ao nosso alcance e em nossa mudança de conduta. Façamos a nossa parte que teremos um mundo melhor a todos.

Leandro Ditzel
Membro da Academia de Letras, Artes e
Ciências do Centro-Sul do Paraná - ALACS

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