segunda-feira, 11 de maio de 2015

QUEREMOS SER RESPEITADOS COMO NAÇÃO?

Sermos respeitados por outros países depende de uma série e fatores. Economia, educação de um povo, corrupção entre tantos outros fatores que mostram ao mundo quem somos. Um destes, que ainda nos deixa aquém dos países de primeiro mundo, está no fato de que boa parte dos brasileiros não está nem aí com a limpeza do chão onde pisa, e isso, é facilmente notado pelos estrangeiros que vêm para cá. Vamos analisar, por exemplo, a cidade onde moramos, que é uma amostra do que vemos pelo país, claro que com suas diferenças regionais que a difere de outras cidades do Brasil, mas que não deixa de ser uma amostra da realidade nacional.
Não é difícil constatar que lixos são espalhados por toda a cidade. É possível encontrar material de todo jeito. Reciclável, orgânico e até mesmo o que é lixo de fato, como papel higiênico e até fraldas descartáveis que são deixados pelas ruas, calçadas e praças.
            Não quero aqui apontar este ou aquele culpado por jogar lixo pela cidade ou pela falta de zelo pelo que é de todos, mas colocar aqui, que todos nós somos responsáveis pela limpeza e sua conservação, sejamos nós, cidadãos ou gestores públicos, estes últimos, os responsáveis legais por manter a cidade limpa através dos impostos que pagamos.
            É muito cômodo para alguns, pensarem que, quando se joga um pacote de salgadinho, um copo de iogurte ou uma lata de refrigerante em vias públicas, imediatamente está resolvendo o seu problema e livrando-se do “lixo” que produziu. Penso que eu e você, que temos acesso à informação, não fazemos parte dessa parcela de pessoas que poluem as ruas de nossa cidade com aquilo que deveria parar na lixeira, mas, infelizmente já nos deparamos com pessoas que fazem isso, e sem a menor cerimônia.
            Ou estas pessoas não se dão conta, ou não dão a mínima para os problemas que irão ocasionar ao meio ambiente e a elas mesmas. Muitas reclamam das enchentes, do poder público que no ponto de vista destas pessoas é o único responsável pelas inundações. Mas será que elas se tocam que o lixo que elas geram e lançam pelas ruas, irá ocasionar os transbordamentos que o lixo dela irá causar?
            Não é raro flagrar cidadãos da cidade jogando pela janela de seus carros, bitucas e carteiras de cigarro, papéis de bala e tantos outros materiais que causarão danos ao meio ambiente e tornam a cidade suja. É tão triste ver uma cena dessas, chegando a ser revoltante quando pessoas que deveriam dar o exemplo de cidadania protagonizam a cena! Acreditem, isso acontece.
Não gostamos que estrangeiros falem mal de nosso país, que digam que somos terceiro mundo, país não civilizado e tantos outros adjetivos pejorativos. Mas o que temos feito para que isso seja diferente e para que vejam nosso país com outros olhos?
Com atitudes desrespeitosas contra nossa própria cidade e país, não estamos nos respeitando. Como então querer que estrangeiros que vêem nossas atitudes e nossos maus hábitos nos respeitem? Nos países europeus, também no Japão, Estados Unidos e Canadá, por exemplo, o civismo começa pelo respeito à pátria e isso inclui o respeito pelo local onde pisam. Temos que mudar nossas atitudes, ou exigirmos que nossos compatriotas mudem as suas se quisermos ser respeitados.
Não há como exigirmos respeito se não respeitarmos a nós mesmos. O chão onde se joga a sujeira do dia a dia é o mesmo chão onde pisamos. Reclamamos de políticos descomprometidos e corruptos, reclamamos da nossa cidade e daqueles que falam mal do país. Que tal invertemos isso, dando o exemplo para que políticos e população comecem a mudar suas condutas?
Se quisermos varrer a corrupção, os maus governantes, os maus exemplos, e sermos respeitados lá fora, comecemos então por limpar e conservar aquilo que está bem debaixo de nossos pés. As cidades e o país agradecem.
                                                                                    
Leandro Ditzel
Membro da Academia de Letras, Artes e
Ciências do Centro-Sul do Paraná - ALACS

Curriculum Lattes
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8579333J9