Sermos respeitados
por outros países depende de uma série e fatores. Economia, educação de um
povo, corrupção entre tantos outros fatores que mostram ao mundo quem somos. Um
destes, que ainda nos deixa aquém dos países de primeiro mundo, está no fato de
que boa parte dos brasileiros não está nem aí com a limpeza do chão onde pisa,
e isso, é facilmente notado pelos estrangeiros que vêm para cá. Vamos analisar,
por exemplo, a cidade onde moramos, que é uma amostra do que vemos pelo país,
claro que com suas diferenças regionais que a difere de outras cidades do
Brasil, mas que não deixa de ser uma amostra da realidade nacional.
Não
é difícil constatar que lixos são espalhados por toda a cidade. É possível
encontrar material de todo jeito. Reciclável, orgânico e até mesmo o que é lixo
de fato, como papel higiênico e até fraldas descartáveis que são deixados pelas
ruas, calçadas e praças.
Não quero aqui apontar este ou
aquele culpado por jogar lixo pela cidade ou pela falta de zelo pelo que é de
todos, mas colocar aqui, que todos nós somos responsáveis pela limpeza e sua
conservação, sejamos nós, cidadãos ou gestores públicos, estes últimos, os
responsáveis legais por manter a cidade limpa através dos impostos que pagamos.
É muito cômodo para alguns, pensarem
que, quando se joga um pacote de salgadinho, um copo de iogurte ou uma lata de
refrigerante em vias públicas, imediatamente está resolvendo o seu problema e
livrando-se do “lixo” que produziu. Penso que eu e você, que temos acesso à
informação, não fazemos parte dessa parcela de pessoas que poluem as ruas de nossa
cidade com aquilo que deveria parar na lixeira, mas, infelizmente já nos
deparamos com pessoas que fazem isso, e sem a menor cerimônia.
Ou estas pessoas não se dão conta,
ou não dão a mínima para os problemas que irão ocasionar ao meio ambiente e a
elas mesmas. Muitas reclamam das enchentes, do poder público que no ponto de
vista destas pessoas é o único responsável pelas inundações. Mas será que elas
se tocam que o lixo que elas geram e lançam pelas ruas, irá ocasionar os
transbordamentos que o lixo dela irá causar?
Não é raro flagrar cidadãos da
cidade jogando pela janela de seus carros, bitucas e carteiras de cigarro,
papéis de bala e tantos outros materiais que causarão danos ao meio ambiente e
tornam a cidade suja. É tão triste ver uma cena dessas, chegando a ser
revoltante quando pessoas que deveriam dar o exemplo de cidadania protagonizam
a cena! Acreditem, isso acontece.
Não
gostamos que estrangeiros falem mal de nosso país, que digam que somos terceiro
mundo, país não civilizado e tantos outros adjetivos pejorativos. Mas o que
temos feito para que isso seja diferente e para que vejam nosso país com outros
olhos?
Com
atitudes desrespeitosas contra nossa própria cidade e país, não estamos nos
respeitando. Como então querer que estrangeiros que vêem nossas atitudes e nossos
maus hábitos nos respeitem? Nos países europeus, também no Japão, Estados
Unidos e Canadá, por exemplo, o civismo começa pelo respeito à pátria e isso
inclui o respeito pelo local onde pisam. Temos que mudar nossas atitudes, ou
exigirmos que nossos compatriotas mudem as suas se quisermos ser respeitados.
Não
há como exigirmos respeito se não respeitarmos a nós mesmos. O chão onde se
joga a sujeira do dia a dia é o mesmo chão onde pisamos. Reclamamos de
políticos descomprometidos e corruptos, reclamamos da nossa cidade e daqueles
que falam mal do país. Que tal invertemos isso, dando o exemplo para que
políticos e população comecem a mudar suas condutas?
Se
quisermos varrer a corrupção, os maus governantes, os maus exemplos, e sermos
respeitados lá fora, comecemos então por limpar e conservar aquilo que está bem
debaixo de nossos pés. As cidades e o país agradecem.
Leandro Ditzel
Membro
da Academia de Letras, Artes e
Ciências
do Centro-Sul do Paraná - ALACS
Curriculum Lattes
http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K8579333J9
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